quinta-feira, 31 de maio de 2012

A GRAMÁTICA E O ESCRITOR

"Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda." ( Luiz Fernando Veríssimo- "O GIGOLÔ DAS PALAVRAS").
          
              Os escritores novatos tem mesmo uma preocupação em dominar a gramática. Ficam tão desesperados com a  estrutura da língua que  são vencidos por ela. Principalmente na hora da criação. Queremos dominar a gramática e somos dominados. Afinal somos gramáticos ou escritores. Sim podemos estudar, para ficarmos sábios diante dela, mas Veríssimo tem razão. Vou contar o que acontecia comigo. Tinha essa preocupação. Uma neurose na verdade.  Eu achava que para  ser uma boa escritora tinha que dominar  toda estrutura da língua. Que ingenuidade. O tempo passa e ninguém sabe tudo. Desperdiçamos tempo e imaginação. Aos poucos vamos é apanhando mesmo  da gramática, do novo acordo, das novas tendências. A gramática deve  estar sempre a nossa disposição. Acho que aprendemos isso na escola. Eram tantas as correções que  o nosso texto voltava todo riscado e cheio de comentários por causa da tal da gramática. Não estou dizendo para que a desprezemos por completo. Mas não vamos cortar a nossa imaginação por ela. É preciso equilíbrio. É claro que o conhecimento é importante já que por vezes somos nós mesmos o revisor. E as editoras gostam de textos menos complicados,  quase sem erros. Escreva primeiro e corrija depois fica a dica.

terça-feira, 29 de maio de 2012

A arte da escrita - Entusiasmo

Hoje estou presente neste espaço literário, apenas para encorajá-los. Não desistam da  arte jamais. Sigam o fluxo da escrita em rumo à felicidade. Venham embarcar comigo nessa viagem emocionante. Vocês confiam em mim? Eu acredito na nossa vitória e o  capitalismo que vá para cucuias soltas que meu jato vai passar e vou subir radiante. Meu compromisso é com as palavras e com a minha alegria e não com o dinheiro. Ele que venha correndo atrás da gente. Ele que veja o lindo arco-íris que  se formará. É para lá que estou embarcando!

" A VOLTA AO LAR" Resenha informal

A olho nu- Meu ponto de vista 

                    Adorei. Achei forte para os meus valores internos. Imaginem "A VOLTA AO LAR" fala sobre a família como estrutura básica, essencial para formação da personalidade.  Traz muitos questionamentos. E se de repente essa família tem valores absurdos? O filho alienado é o  mais prejudicado dentro da esfera familiar e no conceito de´"filho pródigo",  o primogênito da peça , se enquadra sim,  de modo irônico. Ele é o espelho da família. Talvez ele estava tentando entender como pode uma família ser como aquela, ou até mesmo duvidar de sua verdadeira origem. O contraste de comportamentos entre os personagens são gritantes.
                     Crítico quanto a educação na infância  que leva para o amadurecimento adulto. Problemas de comportamentos, e de limitações sociais. Lembrei-me de todas as famílias que sofrem com algum problema do tipo. Claro , não exatamente daquela maneira. Talvez até pior. A má educação  pode contribuir para delinquência. E o mundo que continua com  os mesmos problemas de família. Pais que abusam de seus filhos, mães que defendem seus filhos delinquentes fingindo não enxergar o problema, pondo a culpa no mundo do tipo: meu filho está preso?, mas ele não fez nada de mais: só roubava, mas nunca matou ninguém", sabem , argumentos desse tipo. Durante a peça pensei no desrespeito dos filhos contra os pais e dos pais contra os filhos, quando não, até se exterminam.E do espanto no noticiário.Comentários sensacionalistas sobre humanização dentro de casa. Mulheres que ainda sofrem violência doméstica que vai da agressão corporal  à verbal e aos abusos nesta condição. Por que tanto  ódio  se preserva quando deveria ser realmente um lar? Quanto sofrimento! Mas a dor maior é  a indiferença em casa e na rua.
                       E o que é um lar? O lar é difícil de ser construído. Nele as bases da construção são  o amor, o respeito e a harmonia. Quando a discórdia, o ódio e a falta de limites imperam temos apenas uma casa fria. Uma casa onde a turbulância seja o início de um mal social. As mazelas do mundo , no meu senso comum, começa no desafeto entre essas bases. Meu Deus, nossas crianças desprotegidas viram adultos infrutíferos amanhã. Virão pragas , ao invés de dar frutos. Drogas, prostituição, perdição, desrespeito. Muitas pessoas presenciam isso dentro de suas casas. A defensiva é olhar para o nada e calar-se esperando por dias melhores. Como anda sua vida?
                     A mensagem que eu enxerguei desta obra prima. Que valores você tem de melhor? Vejam esses personagens e analisem onde está o erro na vida deles. Será que o mundo não está o mesmo? Vamos valorizar  a cada família e a cada ser humano, cuidar dos traumas, de suas ocupações, para que o absurdo da sobrevivência não seja tão natural quanto às tragédias. E você o que acha da importância da estrutura familiar?

"A VOLTA AO LAR" A PEÇA

Peça em Cartas no Centro Cultural Correios, de quinta a domingo às 19h
Endereço: Rua  Visconde de Itaboraí, 20, Centro - Rio de Janeiro
Realização CIA Teatro Esplendor
Estacionamento Grátis;
Tel: (21) 2253-1580  16 de maio à 24 de junho de 2012
Valor: 20 reais (inteira)
Não recomenddado para menores de 16 anos

Atores: Tonico Pereira
              Arieta Corrêa
              Bruce Gomlevsky
              Jaime Leibovitch
              Gustavo Damasceno
              Sérgio Guizé

Direção: Bruce Gomlevsky
Produção: BG artEntretenimento

                              A peça é um drama   do britânico Harold Pinter (1930-1980) escrita  em 1965  e traz  a polêmica da relação familiar e como  na passagem bíblica que fala sobre" o filho pródigo", fala do retorno  inesperado de um filho primogênito, ausente desde a morte da mãe, trazendo consigo a esposa. Famila composta de três irmãos, um pai e um tio todos herdeiros desse lar.
                            Desafios emocionais, conflito de interesses, narra as distorções sobre a normalidade  cotidiana e de valores dentro da esfera familiar se diluem entre momentos de humor e ironia. Cenas de personagens fortes, é realmente uma obra "enigmática " na avaliação de muitos críticos, já que exigem interpretação recíproca durante  a apresentação. Muitos talvez saiam sem muito entendimento. É preciso perspicácia para não achá-la entediante, uma peça basicamente para os mais intelectuais e amantes do teatro.

sábado, 26 de maio de 2012

Desabafo

  1. Sinceramente declaro hoje que o mundo capitalista me deprime. Talvez não o capitalismo, mas a relação das pessoas com ele. Quando era pequenina já observava os primeiros contatos com  a turbulência do capital. Meu pai, que era um pequeno burguês, nunca nos negou nada que fosse  imposível no  meio de troca,  pela moeda da época. Vivíamos uma vida de reis, rainhas e príncipes. Ricos monetariamente, pobres de alegrias, abundância de  boemias, repressões, problemas familiares, entre outras mazelas sociais que nos causavam dor no coração, que o dinheiro não poderia resolver. Deve vir daí minha aversão ao ouro e ao sintoma causado pela abundância material. As pessoas se relacionam como se estivessem em uma vitrine, ás vezes  se sentem como se estivessem em uma exposição. Um exibicionismo ridículo, pouco importa o que você  é, o que sente , o que ama. Se você tiver títulos e  bens você tem tudo na vida. Mas comigo isso é um sofrimento. Simplesmente porque não dá pra entender porque ainda somos escravos do sistema. As pessoas poderiam ser mais simples, mais maduras, mais comunicativas. E o que eu vejo nesse mundo são pessoas se ferindo umas as outras, tanto literalmente, quanto emocionalmente. Usam a língua e as palavras para machucarem até mesmo um ente querido, quando na verdade deveríamos simplesmente amá-los. Estou muito chateada com esse sistema cruel. Dinheiro , dinheiro, dinheiro. Tenho um exemplo. Ontem fui assistir a uma programação, no teatro Dulcina rj,  meio que programa de índio sabem, com a grana curta no final do mês. "Os fora do ar", 19h, tema interessante,  e gratuita. Corri, adiei alguns compromissos, enforcei-me para acompanhar porque amo teatro e artes em geral, estava feliz por acreditar que neste mundo de alguma coisa era ofertada sim e de qualidade. Mas, para minha decepção, a peça não aconteceu. Deram qualquer desculpa para todos e em cima da hora literalmente "fora do ar" a peça não aconteceu. Fiquei decepcionada. Como em uma país tão bonito, você não poder se orgulhar desses momentos. A arte deve ser valorizada sim, mas o compromisso seja ele qual for também com o seu público. Pessoas que realmente não tem criam ilusões achando que  é de graça. O capitalismo oprime e separa as pessoas, as classes sociais. Chega a ser ridículo. Porque não lutamos pelo mesmo bem estar e a mesma educação, a mesma visão de mundo. Já vivi um bocado de anos e não me acostumo com esse tipo de coisa. Cifrões que tem poder,  poder para iludir , comprar conquistar pessoas. Realmente muito cansada dessa história. Acho que valorizo o meu dinheiro para que não tenha que abrir mão do meu descanso, da minha paz, da minha tranquilidade. Quero alegrias. Mas o que vejo seria  capaz de cortar a minha felicidade. Engulo o sistema junto com outros problemas. O dinheiro escraviza, e as pessoas ainda acham que o dominam. Como em uma estante, estão os classificados para recompensa e os derrotados, fora do pódium apenas contemplam os vitoriosos como se o fossem realmente.  Esse é o meu grito, estou gritando chorando por dentro. Sabemos que mesmo que  o dinheiro venha reinar em nosso cotidiano, tenho medo de ser  como todo mundo, luxúria, lamentações, vícios , trapaças, egoísmo. Sinceramente queria fazer algo gigante para doar felicidade trazer alguma evolução benéfica para o país. Mas quem tem quer mais. Nunca é o suficiente para  saciar os caprichos e que se dane o resto do mundo. Meu Deus porque tenho essa sensibilidade. Queria ser mais um, seguir sem enxergar, ver sem sofrer. Estou cansada de sentir coisas na alma, coisas de difíceis soluções. Vamos nos embriagar, mas de que? Cada um escolhe a sua dose, engula cada um a sua maneira. Quero  estar sóbria para fazer escolhas. Não quero a anestesia não mais. Queria me embriagar de felicidade de bons sentimentos, sinceramente mesmo que pareça falsa a minha genuidade não é uma farsa. Mas o meu grito na multidão é verdadeiro. E acho que sofro sozinha. Uma louca, quem mais pensaria dessa maneira? A minha revolta neste texto é original. Pronto desabafei. Como disse este espaço é livre. Este espaço é assim. E você o que acha do capitalismo?

Declarações

Se temos cinco sentidos, porque não transmitir o que sente o coração,
Muitas vezes abafado pelo silêncio da razão,
Quando  no mundo encontramos  a transição
Do sofrimento à emoção,
Escolhemos na estrada a tal bifurcação
Da  cada atitude uma escolha , uma solução
Para seguirmos com a nossa missão
A proveitar  cada choro, lágrima, sorriso, decepção
Aceitar nosso trauma como um irmão
De tudo o que fizermos uma lição,
Para que nosso  viver não seja em vão,
Como o apagar de uma vela, na escuridão.


sábado, 19 de maio de 2012

Criando personagens

 O trabalho do escritor inclui  dar vida, criar mundos imaginários  que possa dominar. Vamos falar hoje sobre a criação de personagens.  O alívio para o nossa realidade é a fantasia  de brincar de ser o criador cuidando da existência de alguém.  Quando o personagem surge, surgem o delírio, as revoltas, os desejos, as angústias que podem ser ditas porque colocamos na verdade ele para ser o nosso porta voz. O encantamento, assim como as frustrações ficam aprisionadas ali na literatura. É claro que a composição de personagem podem iniciar a história. De repente ele vai entra no cenário e domina toda a história.  Alguns tomam a direção. Tem vontade própria e por vezes é difícil censurá-lo. Gestos , modos, figurinos , caráter. Um personagem convida e revela outros. E a história está montada. Deixar o personagem atuar é dar liberdade à ficção. Em rumo à catarse, saímos livres daquele monte de vozes e idéias para dar lugar a outras. Depois do trabalho pronto até surge alguma emoção lúcida de algo que muitas vezes  desconhecemos, quase terapêutico. Por fim ficamos alegres, e o nosso trabalho, que muitos chamam de filho, está pronto para se apresentar ao mundo real. Não deixe nenhum personagem partir.

Trabalhando sério

  1. É amigos hoje vamos falar sobre o difícil trabalho do escritor. Ordenar a rotina do ofício requer disciplina. Por exemplo, temos momentos de criação que não devem ser misturados. Sônia Beloto ressalta em seu livro: "Você já pensou em escrever um livro", que devemos ter um papel de cada vez na profissão. Um na escrita, um no copidesque, garimpo e planejador, não necessariamente nesta ordem. Mas o que ela ressalta que é muito importante é que não dá pra misturar tudo para não dar confusão mental. Ou seja, na hora de ser planejador, planejar as histórias, capítulos, idéias em geral. Em outro momento trabalhar o garimpador dentro de nós, no que se refere a pesquisa para nossas histórias, capas, tipos de papéis, etc. Copidesque e escritor também tem seus momentos específicoa na escrita, como já vimos em outras postagens, não dá pra escrever, cortar palavras e corrigir o texto ao mesmo tempo. Delegar funções em nossa mente criativa não é um exercício fácil. Sabemos que ás vezes há uma avalanche cerebral a ponto de despencar. O vulcão criativo de repente entra em erupção, mas com treino e paciência vamos moldando a nossa bela rotina artística. E não dispense as anotações, tenha sempre papel e caneta porque tudo pode se perder dentro de nós mesmos, justamente porque são muitas as idéias. É isso amigos uma maratona intelectual . E como bom atleta precisa de treino e dedicação para conseguir completar o percurso com êxito. E já foi dada a largada, te vejo na chegada!

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Leitura

Autopsicografia





O poeta é um fingidor.


Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração








FERNANDO PESSOA

Considerações informais.

Amigos vou declarar uma coisa que todos já sabem , mas vou insistir. Aviso que neste blog temos liberdade de expressão, portanto vocês estão convidados a falar sério sorrindo, criar, criticar através de comentários. Também tem liberdade poética. Só lembrando que tenho uma regra neste espaço. Que todos se sintam à vontade. Não vamos falar tão formalmente aqui. Gosto de ficar á vontade para receber as minhas idéias e a de vocês. É sério! Entrem e fiquem a vontade que esse blog é nosso.

Escrever é cortar palavras?

Muitos dizem que sim. Eu concordo em parte com Carlos Drumond de Andrade. Não podemos cortar palavras na hora da escrita. O copidesque tem o momento certo de atuar. E esse é o trabalho dele. Quando escrevemos apenas devemos liberar o fluxo criativo, sem desprezar nenhuma palavra, para não intimidar as outras. Nem fique corrigindo erros de gramática na hora da elaboração textual. Isso gera um círculo vicioso, bloqueando a criatividade. Relaxe, vá escrevendo sem compromisso, pense apenas na mensagem que deseja passar ao destinatário, por exemplo: vou falar sobre tal assunto para tal público... e escreva somente escreva. Você verá o milagre. Se você for poeta então não pense em nada pense apenas nos versos que podem sair, e saem, como magia. Vá produzindo , mesmo que no início as palavras não colaborem tanto. Verá que aos pouquinhos elas vem chegando com maior compromisso dando uma sintonia melhor ao texto. Mas elas são teimosas mesmo, só quando estão bem íntimas do artista, poeta ou redator é que elas se entregam por completo. Por isso é que não devemos ir cortando logo as pobrezinhas no momento da escrita. Quando a minuta estiver pronta ( texto escrito sem cortes e sem correção), deixe o copidesque atuar. Aí sim é que as palavras podem ser cortadas e substituídas para dar glamour à mensagem. Mas cuidado! Não corte demais a redação, para não parecer muito recortado. Sério! Aconteceu comigo. Eu sempre escrevi demais e no curso de jornalismo eles cobram uma mensagem mais curta para que o emissor entenda logo a mensagem. O resultado foi que na monografia o texto ficou tão retalhado que tive um trabalhão para suavizá-lo. Por fim quase trabalhando com palavras chaves fui ficando bloqueada de novo. Até para falar eu já estava ficando assim acreditam? Lembro-me que na época ,fui ao médico e na hora da consulta eu pronunciei apenas três palavras: dor, ´sofrimento, medicação. O dr. não entendeu nada. E ainda completei: dr. é o que está me incomodando três palavras.Aconteceu pois estava com medo de me estender e tomar o tempo do doutor. E a mesma coisa era aplicado ao texto. Cortar palavras no momento da criação é cortar estilo. Perdoem-me os meus amigos comunicadores, mas os cortes só podem ser feito depois, juntamente com a correção gramatical. Então tudo pronto, podemos ir substituindo uma palavra por outra, cortando redundâncias, mas não mexer muito na mensagem. Cortar muitas palavras é cortar sentimentos, emoções. Corte sim, mas mantenha a autenticidade do texto. Boa Sorte!

quarta-feira, 16 de maio de 2012

A tal da inspiração

Procurei e não encontrei... Dizem que a tal inspiração é um cachorro preto e feroz prestes a nos atacar. Sinceramente procurei e não encontrei cachorro preto nenhum. Ou seja inspiração existe mesmo ou não? Muitos dizem que não. Mas eu acredito que existe sim amigos e é uma ingrata. Aparece raramente nos deixando reféns daquele tal bloqueio. Vamos desmembrar o seu léxico (inspira + ação)= inspira e ação. Então vamos inspirar a ação ... Mas como? Temos que trabalhar a sua prima, ´a transpiração. A transpiração é mais sociável, porque se buscamos logo a encontramos. Ela é uma porta para a inspiração. Blá, blá, blá... o que é transpiração? É a busca pelo estado de inspiração. Complicou? É o trabalho forçado, aquele momento em que temos que trabalhar mesmo quando o fluxo criativo não nos ajuda. Lembra do tal do BLOQUEIO de escritor? Inspiração e bloqueio podem andar juntas. O nosso aliado para vencê-los é usar a transpiração. Criando mesmo sem vontade. Escreva, escreva, sem pensar. Vá convidando as palavras pouco a pouco. Mas se mesmo assim a transpiração produzir coisas infrutíferas, respire fundo que nem tudo está perdido. Faça uma boa leitura. Eu hoje já escolhi a minha. Mas lembro aos amigos leitores e escritores que escrever é denunciar ou exaltar o mundo. Talvez o nosso mundo cheio de angústias sobrevividas e guardadas em outros momentos. Escrever é se falar mesmo que escondidinho através dos versos e suas rimas ou nas prosas dos personagens. A inspiração sabe disso e nos suborna, para que não condene os nossos pensamentos e a nossa visão alheia. Ela é amiga do nosso insconciente. Na nossa escrita reflete o nosso interior, deixando cada palavra para a vitrine da alma. Vejam o que escolhi para inspirar vocês no momento: "O saber se aprende com os mestres. A sabedoria, só com o corriqueiro da vida." (Cora Coralina) "Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro."( Clarice Lispector) Essas frases dessas rainhas da literatura, são preciosas para mim porque tem em sua estrutura seus pensamentos e sobretudo palavras enviadas diretamento do coração delas para o nosso aprendizado como artista. Espero ter ajudado. Um abraço.

Homenagem à Semana da Enfermagem

"A Enfermeira, no seu dia. Em geral não há grande ruído em torno do Dia da Enfermagem, e compreende-se: esta profissão é feita de silêncio e discrição. Já no século 18, o regimento de um hospital de província, em Portugal, recomendava que a enfermeira fosse "branda, pacífica, alegre e discreta". Quem trabalha assim não desperta atenção pública, e só pode contar com a gratidão daqueles a quem ajudoua salvar a vida, gratidão, aliás, nem sempre manifestada. Entre milhões de pessoas, os enfermeiros diluem-se no mar de doenças e aflições, e quem pode identificá-los? São realmente uma gota d'água. Penso, em particular, na enfermeira, figura símbolo da profissão. Talvez porque o ofício já constitui, de saída, testemunho de abnegação e renúncia à vida prazerosa, pois seu alvo é a dedicação ao sofrimento alheio, o Estado que atraiu as mulheres para uma carreira tão penosa e as diplomou, se mostre tão descuidado em assegurar-lhes uma existência tranquila. Exigir de alguém que faça curso universitário altamente especializado, para atirá-lo depois no meio de toda sorte de doenças, muitas delas contagiosas, e não dar-lhe condições de vida compensado ras desse sacrifício é revelar grande insensibilidade e desconhecimen to dos valores humanos. E se isto é assim com referência às enfermeiras oficiais, que dizer do que se passa com as que trabalham para instituições privadas? Levantamento efetuado por uma organização sanitária federal não deixa mergem a dúvidas: o trabalho da enfermagem, altamente qualificado e reclamando superiores qualidades morais, é um dos mais irrisoriamente remunerados neste país de desníveis. Contudo, as moças continuam atraídas pela tarefa ingrata, que dá aplicação a secretas reservas de amor. Desde 1890, quando se fundou a Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, passando por 1917, ano da fundação da Escola de Cruz Vermelha, e 1923 (Escola Ana Néri), o número de estabelecimentos deste tipo instalados no Brasil ainda não corresponde às necessidades de uma população carente, que tem na falta de hospitais bem aparelhados um grave motivo de inquietação. Mas esta é outra história. Carente também, no sentido de realização profissional e social, no quadro de vida brasileira tão cheia de contradições e injustiças, a nossa enfermeira. Insisto em lembrar que ela merece muito mais do que lhe dão, não só no tocante a salários como a consideração e reconhecimento públicos. Não se trata de profissão qualquer, mas de uma que exige mais do que o comum para seu bom desempenho. Doçura, modéstia, limpeza de alma, desistência de oportunidades brilhantes em outras formas de realização, interesse profundo pelo próximo, sobretudo pelo que há de doloroso e emsmo de repugnante no próximo, são virtudes que se devem esperarda enfermeira, mas não será justo dispensar-lhe também uma atenção especial, e, garantind-lhe a saúde e o bem estar, permitir que ela cuide cada vez melhor do bem estar e da saúde dos outros? Não se trata de converter uma carreira de natural desprendimento em fonte generosa de renda, mas de assegurar às suas ocupantes a média de decoro e tranquilidade sem os quais nãopodemos alçar-nos do nosso egoísmo vegetativo a uma concepção elevada do mundo . E é o que pretende, afinal, nossa amiga a enfermeira: o direito de se consagrar, em paz, à vida de todos." (Carlos Drumond de Andrade) Texto que ouvi durante uma palestra ontem realizada em uma hospital do Rio de Janeiro. Escolhi esse texto para compartilhar no blog, porque faz parte da minha vida. Tem um pouco de mim, porque também sou da equipe de enfermagem. Não poderia deixar de dizer o quanto é importante as palavras de Drumond que sinceramente não conhecia. Por que será que alguém pode escolher servir através da renúncia de outras carreiras brilhantes, ao seu próximo? E com amor! Entre bactérias, vírus,gemidos, sussuros ingratos e talvez péssimas condições de trabalho, está a enfermeira, preparada para a guerra. Desde o início , quando Florence Nightingale, conhecida como dama da lâmpada, decidiu cuidar das vítimas da guerra da Criméia, em mil oitocentos e alguns anos. Percebendo que os médicos só queriam tratar as doenças prescrevendo remédios e fazendo apenas alguns procedimentos indispensáveis à vida, e o cuidar era entregue à boemios e prostitutas por alguma gratificação, Florence adotou os cuidados pessoais de higiene e outras necessidades básicas do servir ao enfermo. Drumond que além de ser um nome na literatura, também era farmacêutico, em algum momento deve ter presenciado as condições de trabalho das enfermeiras de seu tempo. Parabéns aos amigos de profissão que são muitos, alguns confesso que são revoltados com as condiçôes socialmente impostas, como melhores condições de trabalho, carga horária e salários. Outros apenas exercem com todo a ternura tudo o que de bom podem doar ao seu próximo. É uma profissão fraterna, sacerdócio involuntário de todas as nossas vontades. Escolhemos cuidar do outro como uma atitude sublime de querer acabar com as doenças e com o sofrimento de todos, como se isso fosse possível. Aliviar a dor de quem sofre, estar presente para cuidar de casos muitas vezes sem solução, dando dignidade em uma fase terminal da vida. Enfermeiro, você é um instrumento divino, o remédio e o socorro na angústia da enfermidade. Sei muito bem porque também sinto às vezes pena dos que sofrem, porque não somos frios, apenas corajosos o suficiente para conter nossa sensibilidade e prestar a assistência necessária para o mundo. Feliz semana da enfermagem para todos.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Profissão Jornalista.

No decorrer da história da humanidade, a sociedade precisou de profissionais que pesquisassem os fenômenos do cotidiano interpretando os acontecimentos e pesquisando as ocorrências da vida, em todos os setores, mas de forma equilibrada. Nascia assim o jornalista. É um com amor e bastante sentimento que fiz essa escolha. Um acerto em minha trajetória.Um brinde imaginário a todos os amigos comunicadores.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Bloqueio de escritor

Sabe aquele branco que dá de vez em quando na elaboração textual? O grito sufocado que não se expõe na criação. E o processo criativo conturbado quase como um dia nublado. Amigos o bloqueio de escritor é triste. A boa notícia é que tem solução. Visitando vários sites, lendo alguns artigos e até muitos depoimentos, cheguei a conclusão que o bloqueio da escrita é uma barreira da emoção. O que nos afeta no momento? O que realmente quero declarar? Posso me apresentar ao mundo? Estou certo das minhas afirmações? Que emoções não quero transparecer? Qual a finalidade do que escrevo? E meu inconsciente me enrola, me sabota, me bloqueia. Vamos imaginar o seguinte: diante do papel tenho desenhos imaginários que estão a ponto de surgir, não posso fugir da cena que tenho que ver. Descobri também que a criação,em qualquer que seja a forma artística, tem muito do eu. E mais ainda quando trabalhamos com as palavras. Elas querem aparecer, as vezes ousadas, outras tímidas, outras teimam em se esconder tornando difícil começar o texto. Lápis e papel na mão,teclados famintos.Calma, temos algumas armas. Só para relaxar, se não quiser meditar sobre os problemas na essência do ego, o que poderá causar sofrimento para liberação de traumas, o melhor é transformar isso em um processo lúdico. Brincar, por exemplo desmembrando palavras como sentimento ...senti+ mente.. Elaborar frases após o exercícios. Outra arma poderosa também é ler referências, uma boa leitura é capaz de libertar as amarras literárias dentro de qualquer pretendente a escritor. É isso amigos, espero ter ajudado. Esse é o meu depoimento, aconteceu comigo fiquei bloqueada muito tempo, mas agora, só agora fui liberta. E convido a vocês a uma viagem na imaginação, cada um na sua, mas vamos compartilhar das nossas experiências criativas e dos sofrimentos dentro de nós dando um grito de independência na sociedade, pois quem sabe assim, devagarinho possamos consertar um pedacinho do mundo.Vamos anunciar nossas angústias, o temporal entre a razão e a sensibilidade. Revoltar-se contra as injustiças e registrar nossas indignações. Tanto para dizer e a nossa consciência nos sabota, como se fosse nosso crítico particular. Sendo assim o nosso branco é a nossa própria censura. Escritores e quem interessar possa, não esprezem esse sintoma, vamos dominar o léxico no laço , aprisioná-las logo no início do texto, sem preconceito. Depois vamos selecionar só as que causam sintonia com a estrutura da redação seja ela livre ou regrada. E tenhamos paciência, calma não despreze todas as palavras. Algumas podem se encaixar perfeitamente em um segundo plano. E por último a moldura, que é o trabalho do copidesque, mas só quando o texto estiver pronto. Não tente maltratar as palavras juntamente com a criação para não regredir e entrar em um círculo vicioso, chegando à ruína. Pronto, mãos ágeis, cérebros automaticamente pensantes, não parem muito tempo para pensar, escreva logo... Pensar, somente para estruturar sobre a essência da mensagem. O fluxo criativo está na ação automática. Por isso não tema o bloqueio é só uma armadilha de nós mesmos. Mãos a obra e boa sorte!
Amigos não quero fazer parte dos leões que imperam o capitalismo selvagem. Mas se houver um lugar que eu possa pôr em prática a minha alegria , o meu dom e o amor às palavras, lembrem-se que eu vim ao mundo para participar dessa esfera profissional.

De caso com as palavras

Sabe o que é acordar um dia e descobrir que não pode mais viver sem escrever? As palavras foram me seduzindo durante anos, num romance quase platônico que nem sei como explicar. Olho para o degrau , o primeiro de um andar elevado onde sei que quero chegar. O da escrita criativa."Não dá pra viver de literatura', gritaram os leões do capitalismo selvagem que imperam no Brasil. O desânimo foi tamanho. Tanto que o arrependimento de ter nacionalidade brasileira foi quase automático, como se pudéssemos escolher onde nascer e viver comparado à vida profissional dos americanos já que lá ser escritor é quase um bom negócio. E os Leões gritaram durante anos dentro da minha consciência. Então questionando sobre o meu amor à literatura, que é praticamente o ar que eu respiro nesta vida, lembrei-me dos meus heróis brasileiros, todos poetas, compositores e escritores brasileiros consagrados e bem sucedidos na arte. Questionei-me qual seria o segredo da sobrevivência. Meditando sobre o oxigênio que me restava para suportar o capitalismo que me sufocava, encontrei uma resposta. Hoje os leões não gritam mais, mas posso ouvi-los tão baixinho que nem mais podem me persuadir. Sobrevivendo estava sem as palavras dominada pelos trabalhos escravos de nossa sociedade quase em um círculo vicioso. Hoje vivo a cada dia com a felicidade a que estou condenada já que não dá pra abrir mão das coisas que eu amo. E não abro mão de ser escritora.